Sem nenhum sinal de progresso nas negociações mediadas para alcançar um cessar-fogo na guerra de Gaza, os tanques e aviões de guerra israelenses intensificaram os ataques nas áreas central e sul do enclave durante a madrugada desta sexta-feira (7). Autoridades médicas locais relatam a morte de pelo menos 23 palestinos em decorrência dos bombardeios.

Mediadores do Catar e do Egito, com apoio dos Estados Unidos, estão buscando fechar um acordo para interromper as hostilidades, garantir a libertação de reféns israelenses e palestinos em Israel, além de assegurar a entrega de ajuda humanitária a Gaza para aliviar a crise humanitária. No entanto, fontes próximas às negociações afirmam que não há sinais de avanço até o momento.

Moradores relatam que os tanques israelenses avançaram ainda mais para o oeste, na cidade de Rafah, sul de Gaza, contornando a fronteira com o Egito em meio a intensos confrontos entre tropas israelenses e militantes palestinos liderados pelo Hamas. Autoridades de saúde palestinas informam que dois palestinos foram mortos e vários ficaram feridos devido aos ataques de tanques na região oeste de Rafah.

Enquanto isso, na cidade de Khan Younis, ao norte de Rafah, um ataque aéreo israelense atingiu uma casa, resultando na morte de seis pessoas e em ferimentos em várias outras, incluindo crianças, de acordo com informações médicas. As forças israelenses também realizaram operações dentro do campo de Al-Bureij, no centro de Gaza, e submeteram al-Maghazi, al-Nuseirat e a cidade adjacente de Deir al-Balah a intensos bombardeios aéreos e de tanques, conforme relatado por médicos palestinos.

Os braços armados do Hamas, da Jihad Islâmica e de grupos militantes menores afirmam ter realizado ataques contra as forças israelenses em diversas áreas do centro e do sul de Gaza. Enquanto isso, os militares israelenses alegam ter eliminado "dezenas" de militantes, localizado túneis adicionais e destruído infraestruturas militantes nas operações em andamento em al-Bureij e Deir al-Balah.

Israel tem descartado a possibilidade de paz até que o Hamas seja desmantelado, enquanto grande parte de Gaza encontra-se em ruínas. No entanto, o Hamas tem demonstrado resiliência, com militantes retornando às áreas anteriormente controladas pelas forças israelenses.

As tensões se intensificaram após um ataque israelense a uma escola em Gaza na quinta-feira (6), que resultou em dezenas de mortes, incluindo mulheres e crianças. A ONU denunciou o ataque, destacando o impacto devastador sobre os civis palestinos que buscam segurança em meio ao conflito.

Desde uma breve trégua em novembro, as tentativas de alcançar um cessar-fogo permanente têm fracassado, com o Hamas insistindo em uma resolução duradoura do conflito e a retirada total de Israel de Gaza. Israel, por sua vez, afirma estar disposto a discutir apenas pausas temporárias nos combates até que o Hamas seja neutralizado e Gaza não represente mais uma ameaça à segurança.

Enquanto as partes permanecem em um impasse, a população civil de Gaza continua sofrendo as consequências devastadoras do conflito em curso, enquanto o mundo observa com preocupação os esforços para encontrar uma solução pacífica.